Ainda no terceiro dia da viagem, depois de ver o sol nascer no deserto de sal, visitar uma ilha de cactos e tirar todas as fotos que tinha direito, nosso grupo fez uma pausa para o almoço antes de seguir para o destino final da viagem: o Cemitério de Trens de Uyuni.

Eu que amo lugares diferentes, principalmente para fotografar, estava super ansioso para chegar lá. Confesso que no caminho entre o salar e o cemitério de trens pudemos ver a realidade em que vive o povo boliviano – pelo menos daquela região. Tudo muito simples, humilde e até precário em alguns pontos.

Por fim chegamos ao Cemitério de Trens de Uyuni. Nada mais é do que um ferro velho com maquinas ferroviárias abandonadas, tão enferrujadas pelo tempo que chegam a ser bonitas.

O Cemitério de Trens faz parte de praticamente todos os tours que passam pelo Salar de Uyuni. Nessa parada temos um tempo legal para explorar o cemitério e tirar todas as fotos possiveis.

Para a grande maioria do grupo a viagem terminava ali. Pra mim e para o Rafael ainda tínhamos mais um dia pela frente – voltando para San Pedro de Atacama. A viagem com esse pessoal foi incrível… sem dúvidas uma das melhores coisas de viajar é conhecer novas pessoas… novos costumes e culturas. Deixo aqui um abraço a todos do grupo – nem todos estão na foto, mas fica registrado aqui 😉

Visitando a cidade de Uyuni

Nosso carro para seguir viagem ainda não estava pronto então pudemos dar uma volta pela cidade de Uyuni. Confesso que ví duas realidades bem distintas dento da cidade. Na rua principal, que leva até a igreja, tudo é até bonitinho e arrumado.

A praça da cidade é bem organizada e ao redor existem algumas lojas, bares e restaurantes. Vimos também uma casa de câmbio e um mercado. Ao passar pela pela igreja – onde alguns amigos iriam comprar uma passagem de ônibus – a realidade é outra. A cerca de 2 quadras da rua principal o que podemos ver são  pessoas vivendo e trabalhando em condições bem precárias. Enfim, realidades que encontramos quando viajamos.

A volta para San Pedro de Atacama

Saímos por volta das 16h00 horas da cidade de Uyuni. O carro da volta não era o mesmo da ida – dessa vez era uma carro bem ruinzinho. Além de ser visivelmente mais velho, o carro estava meio capenga – pelas frestas da porta entrava vento e, claro, poeira.

No carro estava apenas eu, o Rafael e um outro alemão que nem fazia parte do nosso grupo de ida. Passamos por estradas de terra com movimento intenso de caminhões. Fiquei um pouco tenso, mas nosso motorista era um boliviano bem tranquilo e que dirigia bem.

Quando o sol estava começando a se pôr nós paramos na beira da estrada para tirar a famosa água do joelho. Foi a parada mais propícia que já fiz na vida – tivemos uma vista espetacular do pôr do sol. Logo o que era apenas um pit stop para o banheiro se transformou em uma sessão de fotos. Um belo pôr do sol para confirmar que todo o esforço valeu a pena.

De volta ao carro seguimos viagem sem parar. Continuamos na estrada noite a dentro e alguns horas depois chegamos no último alojamento que passaríamos a noite.

Como já estávamos sabendo – desde quando fechamos a viagem – este seria o lugar mais simples da viagem. Banho quente nem pensar…. nem gelado para falar a verdade.

O quarto era bem simples, assim como o jantar que foi servido: uma canja e um hambúrguer frito. Confesso que até então eu estava comendo igual um avestruz e nada me fazia mal, mas nesse ponto da viagem a coisa apertou. Tenho quase certeza que foi o hambúrguer que desencadeou uma revolta dentro de mim – sim, deu piriri! – Lembre-se: tenha sempre um papel higiênico com você!

Bom, depois de uma noite não tão confortável, era hora de levantar para seguir viagem. Levantamos antes do sol nascer. Sim, nessa hora eu já estava quebrado, moído, destroçado – mas nem um pouco arrependido!

Algumas horas depois chegamos ao posto de imigração da Bolívia. Ali carimbamos novamente nossos passaportes e tomamos o café da manhã – O mesmo do primeiro dia de viagem. Trocamos de carro, deixando o 4×4 e entrando na mesma van que nos pegou no primeiro dia.

Mais uns minutos na estrada e chegamos a fiscalização de entrada no Chile. Dessa vez nossas malas passaram por um raio-x. Uns minutos depois e pronto – estava tudo certo. Voltamos para o carro e por fim chegamos ao estacionamento de San Pedro de Atacama – era ali nosso ponto final. A incrível jornada a ao Salar de Uyuni foi concluída.

Tudo que eu podia pensar era que sim, valeu a pena. Uma viagem fantástica que me mostrou lugares que eu jamais imaginei visitar. Tivemos alguns perrengues no caminho, mas tudo para me lembrar que as melhores coisas da vida são conquistadas com esforço. Eu estava cansado, sim, mas o mais importante: estava feliz!

Fique atento:

Uma última dica sobre essa viagem! Desde o momento que você embarcar você vai receber alguns papéis – os papéis da imigração até os de entrada em parques e reservas na Bolívia. GUARDE TODOS!!!! Sim, algumas coisas você vai precisar apresentar no caminho de volta. Minha tática era colocar todos os papéis no mesmo lugar, assim eu garantia que não ia perder.

A viagem de volta para Santiago

Acha que meu dia terminou lindo assim? Ahhhh, não mesmo. Não tínhamos tempo a perder. Mesmo cansados ainda havia muitos quilômetros para percorrer.

Recaptulando rapidamente: viajamos por horas no dia anterior, dormimos pouco, acordamos as 5 da manhã em algum lugar da Bolívia e seguimos por longas horas até San Pedro de Atacama.

De San Pedro pegamos uma van até Calama – cerca de 1h30 de viagem. Chegamos no aeroporto de Calama e graças a uma confusão com o horário perdemos nosso vôo – fique ligano nos relógios e não marque bobeira. Enfim, mais uma hora esperando!

Embarcamos de Calama para Santiago – cerca de 3 horas de vôo. Pousamos enfim em Santiago e o Rafael me fez pegar o ônibus que leva ao centro da cidade. Agora pensa em um ônibus lotado, mas muuuuuito lotado – claro que eu fui de pé! Juro, não havia humor que resistisse – Eu poderia matar qualquer um que me olhasse torto naquela hora.

Já era bem tarde quando descemos no centro de Santiago e seguimos caminhando em direção ao nosso hostel. Eu confesso: não fazia menor ideia de pra onde estava andando. Liguei o piloto automático e segui o Rafael. Por sorte ele achou um caminho fácil e logo chegamos ao hostel – incrível por sinal.

Depois de um banho para tirar a craca, eu desabei na cama como uma pedra que cai de um penhasco. Que jornada meus amigos! Agora era recuperar as energias para conhecer Santiago!! Muitos posts pela frente 😉

Veja aqui os posts sobre a viagem ao Salar de Uyuni:

Visão geral sobre a viagem de San Pedro ao Salar de Uyuni.

Uyuni, primeiro dia de viagem

Uyuni, segundo dia de viagem

Uyuni, terceiro dia de viagem