Salar de Uyuni, Bolívia – Chegando no maior deserto de sal do mundo – Terceiro Dia

Às 05h00 da manhã todos estavam de pé no hotel de sal. Como foi combinado na noite anterior, nós assistiríamos o sol nascer no Salar de Uyuni. Na madrugada fria e escura nós carregamos nossas mochilas nos veículos 4×4 e seguimos rumo ao deserto.

O grande deserto de sal era o objetivo da viagem e a ansiedade começou a bater forte, ainda mais no nosso grupo que estava com uns probleminhas com o guia…

Como você deve ter ligo no post do segundo dia da viagem ao Uyuni, nosso guia/motorista exagerou no vinho e ficou bêbado – a ponto de invadir nosso quarto às 03h00 da manhã aos berros. É claro que depois de duas horas o efeito ainda não tinha passado e estávamos bem preocupados.

Eis que sobra pra mim sentar ao lado do motorista e rezar pra tudo dar certo. O começo do percurso foi tranquilo – os 3 carros da agência andavam juntos e isso passava mais tranquilidade. Maaaaasss (sim, sempre tem um “mas”), nosso motorista camarada resolveu parar e ajudar um boliviano que estava com o carro enguiçado na beira da estrada. Meu coração ficou apertado ao ver o resto do grupo seguir em frente e a gente ficar pra trás.

Gente, é sério – o guia parecia não ter a menor pressa de voltar para o carro e nós não tínhamos a menor noção da distância que estávamos do salar. Por fim buzinamos pra ver se o cara se tocava e voltava pro carro. Um tempinho depois ele voltou e seguimos em frente.

Andamos…. mas andamos muito naquele carro. Nem sei dizer a distancia, mas sei que andados. Quase achei que ele não sabia o caminho. Não havia placas ou sinalização, apenas nós na escuridão de algum lugar da Bolívia.

Começamos a ver o céu se clarear ao longe e logo pensamos que perderíamos o por do sol por conta do motorista bebum. Mas ele garantiu que sabia o caminho e que daria tempo. Bom, devo admitir, encontramos os outros carros do grupo antes de sol nascer e tudo deu certo.

A sensação de entrar no salar é mágica. O carro parece deslizar sobre as nuvens… O salar é liso e plano – sem nada de buracos ou desníveis. Apenas branco e liso. Cruzamos um bom caminho em direção ao centro do salar, onde paramos para observar o que foi – pra mim – o nascer do sol mais lindo que já vi.

Sem palavras para descrever esse momento. Apenas fotos que representam uma pequena parcela daquela sensação.

Voltamos para o carro e seguimos em frente cruzando o salar. O motorista pisou fundo e ainda nos deu mais um susto. Eu, sentando ao lado dele, estava deslumbrando com a paisagem quando alguém do grupo me cutuca e fala: Robson!! Acorda o cara!!!! Ele tá dormindo! – Sim gente, ele cochilou dirigindo – risos. Sim, agora eu rio pois tudo acabou bem… mas na hora levei um susto. A sorte é que o salar é – como ele próprio falou – a melhor auto estrada que existe. Ahhh, detalhe, depois de ser ‘acordado’ o cara não vai e coloca os óculos escuros?!?! Agora não dava mais pra ver se ele dormia 😡

Mas enfim, sãos e salvos, chegamos a Isla de Cactus – uma “ilha” de cactus perdida no meio do salar. De pirar a cabeça tentar imaginar a origem daquele lugar.

Na ilha existe um circuito para percorrer, mas nossa vontade mesmo era aproveitar o deserto de sal que tinha ao redor. Não sabíamos que ainda teríamos mais tempo para as famosas fotos no deserto, então fizemos uma visita bem rápida na ilha.

Foi nessa ilha mesmo que tomamos um café da manhã bem gostoso. Diferente das outras agências, que serviram o café da manhã ao lado do carro, nosso café da manhã nesse dia foi no restaurante da ilha. Show de bola!

Partimos então para mais uma parada no meio do deserto para finalmente ter todos o tempo necessário para as famosas fotos no Salar de Uyuni. Vou dizer pra vocês: ôôô coisa difícil de conseguir essas fotos. Câmeras grandes como a minha não tem chance, acaba desfocando muito o primeiro plano para focar o segundo (ou o inverso). As melhores fotos saiam com as clássicas cyber shot.

Ficamos bastante tempo curtindo o salar e rindo dos outros tirando fotos. Estava muito feliz por ter chegado ali. Sem dúvidas uma das viagens mais incríveis que já fiz.

De volta ao carro, seguimos para o outro lado do salar, chegando no mais antigo hotel de sal da bolívia e num monumento com bandeiras do mundo inteiro. Pausa rápida para fotos – algumas pessoas nem desceram do carro.

Seguimos então para nosso último almoço com o grupo. Esse era o último dia para aqueles que seguiram viagem pela Bolívia, e eu e o Rafael ainda teríamos todos o caminho de volta até San Pedro de Atacama.

Mas calma lá, a viagem ainda não acabou… o dia não acabou! Nossa última parada era o Cemitério de Trens de Uyuni. Mas essa parte, assim como a volta para San Pedro, eu conto no próximo post 😉

Veja aqui o que já rolou no blog sobre a jornada até o Uyuni:

Primeiro dia de viagem do Atacama ao Salar de Uyuni

Segunda dia de viagem do Atacama ao Salar de Uyuni

Visão geral sobre a viagem para Uyuni saindo do Atacama