Uma trilha de 7 km, saindo de Lençóis, te leva a Cachoeira do Sossego, a maior do Rio Ribeirão, na Chapada Diamantina.
A primeira coisa que fiquei sabendo antes de incluir essa cachoeira no meu roteiro pela Chapada Diamantina, é que de sossego ela não tem nada!
O trekking até ela seria o mais difícil que eu teria nessa viagem. O desafio pareceu grande, mas a recompensa valeria a pena e assim, decidi encarar a aventura!
A trilha para chegar na Cachoeira do Sossego
Nosso dia começou cedo na cidade de Lençóis. Um café da manhã reforçado foi indispensável para dar energia para encarar a trilha.
Quem me acompanhou nessa aventura foi o guia Thiago, da Venturas. De início já adianto que ele foi O CARA nesse dia! Fez a diferença no passeio e me ajudou a não desistir nas etapas mais difíceis.
Fiquei sabendo que algumas pessoas até tentam encarar a trilha por conta própria, o que eu não recomendo de forma alguma. Em alguns trechos é realmente complicado identificar o caminho e até um pouco perigoso… então, ir acompanhado de algum guia local é algo que eu considero fundamental.
A primeira etapa do trekking
Preciso destacar novamente o quanto o guia Thiago fez a diferença no passeio. Logo de início ele explicou como seria nossa caminhada de 7 km e dividiu o percurso em três etapas, cada uma com um grau de dificuldade.
A primeira etapa foi a mais tranquila. Ali passamos por vários pontos do garimpo e conhecemos um pouco mais da história da região. Foi realmente legal, pois ele conhecia de perto tudo o que aconteceu por ali e nos mostrou várias curiosidades pelo caminho.
Em alguns trechos pudemos ver até mesmo as “casas” de pedra onde os garimpeiros passavam as noites e viveram na busca pelos diamantes.
A segunda etapa do trekking
A segunda etapa já começa a ser mais difícil. Nesse trecho, seguimos subindo por dentre a mata, ao lado do Rio Ribeirão.
Não chega a ser muito complicado, mas é preciso estar atento ao caminho para evitar acidentes. Como as pernas já vão cansando depois de alguns quilômetros, a subida fica um pouco mais puxada.
A terceira etapa do trekking
A terceira etapa do trekking é realmente a mais complicada e, ao meu ver, perigosa. Nesse momento chegamos novamente na altura do Rio Ribeirão e aqui seguimos caminho por entre as pedras do rio.
Além da confiança de saltar de uma pedra para outra, o caminho também se torna bastante confuso. Em alguns trechos seguimos pela margem esquerda, outros pela margem direita, por vezes adentramos na mata novamente e depois voltamos para o rio.
Não existe nenhuma sinalização ou indicação do melhor caminho para seguir – por isso digo que a presença do guia é indispensável.
Sendo bem transparente, nessa etapa eu senti bastante dificuldade. Primeiro, por não ter uma confiança no meu equilíbrio sobre as pedras. Segundo por estar com uma mochila com câmera, lentes, drone e tudo mais – o que era algo que me deixava com o equilíbrio ainda mais deficiente.
Escorregar e cair entre as pedras ou mesmo no rio, poderia gerar um problema bem sério. Então, vou deixar aqui esse alerta: esteja ciente de que existe essa dificuldade no percurso e se você não gosta desse tipo de aventura, o passeio não será tão agradável.
Chegando na Cachoeira do Sossego
Depois de completar as três etapas, os 7 km, em cerca de duas horas e meia, mais ou menos, enfim chegamos na Cachoeira do Sossego!
Somente ali para o nome dela fazer sentido, pois o caminho até lá é só Jesus na causa.
A cachoeira é realmente muito bonita, e mergulhar nas águas geladas é como se estivesse lavando a alma.
Ficamos um tempo curtindo o lugar e aproveitamos para fazer um lanchinho – sempre bom antes de encarar a trilha de volta.
O retorno da Cachoeira do Sossego
Eu preciso confessar que achei a volta mais difícil que a ida. Não sei exatamente o motivo… mas talvez por já saber o que teria pela frente, uma vez que voltamos pelos mesmos 7 km, ou talvez por criar uma “falsa” confiança de já ter encarado aquele caminho no sentido contrário.
Acabamos fazendo o percurso de volta bem mais rápido do que a ida, mas também foi onde eu passei os maiores apertos do dia. Escorreguei duas vezes, me desequilibrei em um paredão de pedras e fiquei por um fio de cair e me machucar feio – por muita sorte nada aconteceu e terminei a trilha bem!
Acho que as pernas, naquele momento bem cansadas, também não estavam respondendo da mesma forma que na ida e, por isso, os escorregões.
Enfim, acho que você precisa ter na cabeça que a volta tende a ser mais difícil que a ida, e que precisa da atenção redobrada.
Piscinas Naturais do Ribeirão do Meio: a melhor parte do dia!
Depois de concluir as três etapas de volta, nosso guia desviou o caminho final e nos levou para um trecho do Rio Ribeirão onde existem piscinas naturais – foi simplesmente a parte mais relaxante e gostosa do dia.
Esse é o local preferido dos moradores de Lençóis. Relaxar, curtir o rio e as piscinas que fazem massagens naturais, sem ter que pensar em mais trilhas. Sério. Foi tudo que eu pedi a Deus!
Ali, curtimos bem mais e aproveitamos o sol que chegou para fechar o dia com chave de ouro.
Eu super sugiro a visita nessas piscinas do Ribeirão do Meio – já que elas não estão necessariamente ligadas ao passeio da Cachoeira do Sossego.
Conheci pessoas por lá que estavam apenas passando o dia ali… relaxando e curtindo a natureza. Recomendo muito!! É uma delícia de lugar.
Resumindo: vale a pena visitar a Cachoeira do Sossego?
Bom, depois de ler como foi o meu passeio por completo, talvez você esteja se perguntando se realmente deve incluir a Cachoeira do Sossego no seu roteiro.
Eu preciso ser bem transparente em relação a isso: é um passeio que vale a pena se você curte muito fazer trekking!
Ir até lá pensando apenas na cachoeira pode não ser a melhor ideia. Não que a cachoeira não seja bonita, mas o esforço para chegar até ela não é tão equilibrado.
Se você não se divertir na parte da trilha e realmente ficar muito inseguro na terceira etapa, seu dia pode não ser tão legal.
Eu indico esse passeio para quem quer ver a cachoeira, mas também está a fim de curtir a trilha, pular nas pedras e tudo mais, beleza?!
Recomendações para a Cachoeira do Sossego
Caso você decida encarar a trilha e visitar a Cachoeira do Sossego, vou deixar aqui algumas dicas para seu passeio ser o melhor possível:
Qual roupa usar
Procure usar roupas leves e de secagem rápida, dê preferência a tecidos do tipo suplex, tactel ou dryfit, e roupa de banho, que pode ser usada por baixo.
Use um calçado fechado e com solado antiderrapante. Se tiver algum mais voltado para trilha, melhor! Eu fiz com um Nike Air Force 1 e foi numa boa, apesar de ficar um pouco inseguro na parte das pedras – não é o tênis feito para isso, mas já me acompanhou em muitas trilhas e aventuras.
O que levar
O mais indispensável é repelente, protetor solar, óculos de sol, boné/chapéu e água.
Também é recomendável levar alguns snacks para viagem (caso não esteja incluso no seu passeio), uma toalha pequena para se secar após o banho de cachoeira e bastante disposição!
Câmera, lanterna e acessórios relacionados, ficam ao seu critério, mas lembre: quanto menos peso nas costas, melhor!
Informações gerais sobre o trekking
Distância de caminhada total: 14 km
Tempo de ida: cerca de 2h30
Tempo de volta: cerca de 2h30
Tempo na cachoeira: cerca de 40 minutos a 1 hora.
Tempo nas piscinas naturais: até fechar o dia.
Hospedagem em Lençóis
Se você estiver procurando por hospedagem em Lençóis, minha dica é para consultar o Booking.com. Esse é um dos sistemas de reservas mais confiáveis do mundo.
O Booking é meu parceiro e fazendo suas reservas nos links do blog, você me ajuda e não gasta nada a mais com isso:
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Tudo sobre a Chapada Diamantina
No próximo link você pode conferir todos os posts sobre a Chapada Diamantina que já publiquei no blog:
Veja aqui tudo sobre a Chapada Diamantina
Se você tiver qualquer dúvida sobre o trekking para a Cachoeira do Sossego ou se quiser compartilhar como foi sua aventura por lá, fique à vontade para deixar um comentário por aqui. Valeuuu!!
Adorei sua descrição e seus comentários. É de informações realistas como essas que precisamos.
Parabéns pelo conteúdo!
Melhor relato que encontrei na internet, já fui na chapada outras vezes e estava procurando novas cachoeiras para visitar, já tirei essa da lista kkkkkkkk Muito Obrigada! Vou na do Mosquito dessa vez.
Fui a Cachoeira do Sossego com um Guia da ACVL.
E concordo contigo “ Só Jesus na causa” !!!
Pena q não entrei antes no seu blog pra saber como é pra chegar até ela !
Faço trilhas direto, mas se soubesse como era a trilha até a Cachoeira do Sossego jamais teria ido !!!
Trilha longa, cheia de pedras, cansativa e perigosa, e ainda ter q ficar pouco tempo lá pra curtir, pois tem o retorno ! Levei quase 3 horas pra chegar, e o mesmo pra voltar !!!! Não achei lógico gastar quase 6 hs de trilha e curtir 1 hora de Cachoeira !!!
A Cachoeira é bonita, mas não achei q valeu o esforço !
Tem outras trilhas com cachoeiras na região q na minha opinião vale mais a pena do q essa !
Oi Robson, to lendo sua postagem em 2022 e planejando para ir junho. To com medo dessa trilha, mas gosto e tenho costume de fazer trilha, mas não sou atleta, qui qui ce acha?! me incentiva ai hahahaha
Oi. Foi a melhor postagem que li sobre a trilha do Sossego. Eu e meu namorado rimos muito, porque você escreveu exatamente aquilo que eu disse e também escreveria. Fiz várias trilhas pela Chapada e a do Sossego só tem leveza no nome.
aahhaha é a trilha do sossego #sóquenão 😀 😀 😀
Nossa obirgada pela dicas!!! você teria o contato do guia?
Oi Lari!! Tudo bem? Puxa, o contato direto dele eu não tenho 🙁 Vou ficar devendo essa pra você…
Excelente artigo, amigo!! Obrigado!!
Valeuu Herbert!! \o/
Que lugar espetacular
É incrível Bruno!! Lindo mesmo!!